Olá pessoas, como vão? Cá estou eu novamente para mais uma resenha do Dialogando, e desta vez, a resenha será do meu novo drama chinês favorito, isso mesmo, meu novo favorito, pois este drama é um dos mais incrível que vi a China produzir, e é tão viciante a ponto de me fazer surtar muito tanto com os seguidores através das tirinhas (acredito que até ficou chato, a cada minuto uma tirinha diferente, mas valeu a pena panfletar este drama, eu fiquei o próprio meme do “eu passava 80% do meu tempo falando de You are my hero...”), quanto com a Brenda, a outra adm da página (que por acaso não assistiu mas já sabe boa parte da história kkkk). Bom, o drama a ser resenhado é o drama chinês “You Are My Hero”, que também é conhecido pelo Viki como “Você é meu herói”, ele foi produzido pelos streamings de vídeo chineses Youku e Iqiyi, e contém 40 episódios que estão disponíveis através do Wei Fansub, Dramaclub e Viki.

Deixando claro logo no início, li muitos comentários dizendo que o drama é como um remake do drama coreano Descendants of the sun (Dots), e preciso declarar que eles não tem nenhuma ligação, obviamente há uma semelhança em um ponto e outro por conta dessa relação de envolvimento entre uma médica e um policial/soldado, entretanto, além de You are my hero ser adaptação de um romance homônomio de escritor Um Qing Yu, o propósito do drama é completamente diferente do outro. Me recordo que quando assisti a Dots eles mantinham a linha reflexiva de que ele ‘tirava vidas’ e ela ‘salvava’ vidas, enquanto em ‘You Are’ eles constantemente frisam que os policiais e os médicos são semelhantes, pois ambos salvam a vida das pessoas, apesar de ser de maneiras completamente diferentes (isso foi apenas a título de curiosidade já que quando eu iniciei o drama eu fui com a ideia de que ele era “a versão chinesa do Dots”).

You are my hero é um drama que nos trará o desenvolvimento de 3 casais diferentes: Mi Ka e Ke Lei, Xia e Wen Bo, e Ke Yao e Yu Han. Entretanto, a trama sobrepõe a ideia de ser ‘apenas um romance comum’, ele nos ensinara sobre os altos e baixos de todos os tipos de relação (principalmente a da amizade), sobre a empatia pelo próximo (sem se importar com o histórico da pessoa), sobre os percalços causados pelas profissões (principalmente em relação a carga horária e os momentos ‘inoportunos’ que precisamos correr para ‘ação’), e falará também sobre o companheirismo nas relações de amizade, familiares, profissionais e amorosas, mostrando que não importa a situação, se conversarem, não haverá margem a mal-entendidos. Ademais, You are my hero não decepciona ao desenvolver o tópico do romance, pois os casais que apresenta tem uma introdução de relação, desenvolvimento de sentimentos e ‘conclusão’ produzidas da melhor maneira, pois por mais que os casais tenham suas ‘peculiaridades’, eles também tem a maturidade o suficiente para resolver suas situações.

O casal principal é composto por Mi Ka (Sandra Ma) é uma mulher forte, depois de passar boa parte de sua vida estudando, finalmente chegou ao seu período de residência no hospital, e com isso, ela consegue concluir parte de seu sonho de infância que é ‘tratar todos os doentes do mundo’. Com muita garra, encara de frente as doenças e dores de seus pacientes, e muitas vezes acaba ferindo a si própria, pois, uma coisa que o drama ensina por uma fala do Dr. Shao, é que “a pior sensação de impotência que os médicos sentem é quando tudo que aprenderam, não serve para evitar aquilo chamado destino.”. Ademais, esta personagem percorre um lindo caminho de superação de medos e realização de sonhos.

E Xing Ke Lei (Bai Jing Ting), ou capitão Xi, é o mais jovem capitão da divisão de policiais especiais da China, e faz jus a sua fama. Apesar de exigir muito de seus soldados, e por muitas vezes ser ‘frio’ com eles durante os treinos, podemos ver nele uma pessoa terna, que sempre cuida das pessoas a sua volta, principalmente dos ‘seus’. Ke Lei sempre acreditou que tudo tinha o seu momento, e o momento de seu coração derreter chega quando ele conhece a Mi Ka, a única mulher que consegue acabar com a sua ‘pose’ através de um único suspiro. Este é um dos melhores protagonistas que já existiu, afinal, com ele vemos que tem como manter boas relações de competitividade profissional sem infringir regras e tudo pode ser resolvido quando o diálogo é praticado. 

A relação do Ke Lei e da Mi Ka é linda, pois o romance cresce aos poucos e conseguimos ver essa mudança neles, podemos ver quando eles ‘não se importavam’ um com o outro e quando passam a se importar. Muitas pessoas podem achar esse casal ‘sem emoção’ pelo fato de que não há enrolação entre eles para ficarem juntos, afinal, quando eles começam a entender os sentimentos deles, eles colocam para fora e iniciam uma relação longa e linda, a qual não é quebrada por nenhum mal-entendido ou brigas desnecessárias. Eu poderia ficar horas dizendo o quanto essa relação é linda, pois este casal conseguia se entender completamente, compreendo as necessidades e respeitando os limites um do outro, apesar de terem personalidades diferentes, eles conseguiam se completar, mostrando o quanto são fortes e trabalhadores, e inevitavelmente, mostrando o quanto presam pela vida das pessoas.

Por ser um drama extenso, durante os episódios vamos nos deparar com muitas situações emocionantes onde os personagens mostram o valor de suas profissões e sobre a empatia pelo próximo, seja mobilizando toda a policia para que busquem em todos os hospitais um remédio para manter uma criança viva, seja arriscando a sua vida para que outras pessoas se salvem em um terremoto ou enfrentando a opinião pública por ações urgentes. O drama mostra que as profissões dos personagens têm seus lados positivos e negativos, tem muita competitividade e julgamentos, mas acima de tudo, há a gratidão da pessoa a qual você preservou e/ou salvou a vida, e isso vale mais do que qualquer outra coisa.

A meu ver não há nada neste drama que eu vá reclamar, pois ele consegue ligar bem as cenas, mesmo que façam uso de estereótipos batidos, conseguem construir um bom contexto para eles, como o uso de uma amiga de infância do Ke Lei que aparece do nada, inicialmente, pode parecer que ela causará mal-entendidos e o casal se separará, entretanto, colocam elas a crítica de terem atos ‘infantis’ e por mais que tentem muito, não conseguem afetar o emocional da Mi Ka, ou o relacionamento do casal. Bem como, usam uma ‘terceira pessoa’ na relação do casal secundário, o qual é o único que consegue abrir os olhos do Wen Bo sobre os seus verdadeiros sentimentos pela Xia. Apesar de muitos episódios, a narrativa não se torna chata ou enjoada, há uma bela composição de osts e fotografias (fiquei boba nas cenas do terremoto, ficaram muito boas), além das excelentes atuações que conseguem fazer com que a gente tenha um turbilhão de emoções, indo do riso ao choro.

Além das abordagens já mencionadas, o drama trabalha bem o companheirismo profissional e o pessoal, nas amizades e insere tópicos interessantes e pouco comentados, como o fato de inserirem uma mulher na equipe de policiais especiais e ela ser melhor do que os outros policias, e por mais haja uma admiração dela para o Ke Lei, não há um sentimento maior do que a admiração. Já a amizade é representada pela Mi Ka e sua amiga de infância que batalha contra os tumores (a relação delas é emocionante, pois a amiga quer deixar a vida à mercê do destino e a Mi Ka não deixa ela desistir de viver nunca), além dessa amiga, a Mi Ka também é muito amiga da Xia, as duas conseguem ter conversas profundas e sempre se apoiam incondicionalmente, e seus colegas de trabalho, a qual a apoiaram muito nos momentos mais difíceis, seja na falta de dinheiro ou no cansaço. Além delas, podemos ver a amizade apresentada no Ke Lei e companhia, primeiramente ele, o Wen Bo e o Lu Fang que mostram o companheirismo que se forma após os treinamentos, e também, o Ke Lei e seus soldados, eles mostram que apesar de estarem a trabalho, eles podem se divertir e criar laços, quando um é ferido fisicamente, todos ficam feridos mentalmente.

Sinto que tenho muito a falar sobre este drama, mas acredito que não vou conseguir transformar a sua grandiosidade em palavras, afinal, há muito a ser falado sobre ele. Sendo assim, apenas término esta resenha dizendo que amei este drama e ele consegue construir diálogos e situações incríveis mostrando que há momentos que somos obrigados a perder os nossos medos e enfrentar o perigo na cara e na coragem, pois só assim vamos superá-lo. Além disso, o drama vai mostrar que não venceremos sempre, tem momentos que podemos tentar, mas não podemos vencer aquele negócio chamado destino. Para quem ainda não o assistiu, You Are My Hero é minha indicação a você, a quem já assistiu, me conte o que achou do drama.

Olá doramigxs, prontas para mais um Dialogando com a Alice? Como podemos perceber, vem se tornando um fato que a China vem lançando muitos dramas românticos que são ricos em narrativa, cativando a gente a ponto de desejarmos cada vez mais, e por conta da minha volta ao vicio dos cdramas, hoje a resenha será de mais um drama chinês categorizado como comédia romântica. “Sweet Teeth” é um drama de apenas 22 episódios, estes que estão disponíveis no Wei Fansub, Dramaclub e no canal da IQIYI no Youtube (Lá é apenas pela tradução automática). Agora vamos a resenha!

Sweet Teeth é um drama onde acompanharemos a vida de seis adultos, sendo esses Zeng Li (a bibliotecária), Ma Yi Yi (a influencer), Wu Ying (a médica), Ai Jing Chu (o dentista), Yu Cheng (o estudante) e o Hao Ran (irmão da Zeng Li), estes discorrerão sobre a descoberta de um ‘relacionamento ideal’, de um amor surgindo do nada e de como lidar com a vida adulta. E através deles, poderemos refletir sobre os aspectos que circundam a nossa vida diária, e também, desejaremos viver um romance como estes. Através dos três casais principais, veremos os momentos de um relacionamento, as formas que eles podem ser conduzidos e como eles nascem, relatando a todos que nenhum é igual, cada casal tem seu tempo e sua maneira de lidar com suas situações.

Como casal principal temos Ai Jing Chu e Zeng Li, e este casal representa um romance ‘inexperiente’ e lento, mas ainda assim, um romance maduro e bonito. Jing Chu (Bi Wen Jun), ou Dr. Ai, é um dentista assistente e professor universitário que mantém uma vida metódica vivendo em uma interminável monotonia , por mais que possua uma personalidade introvertida, Jing Chu não é uma pessoa arrogante, na verdade, ele é uma pessoa muito calorosa a qual sempre tenta ajudar as pessoas a sua volta para que elas construam uma vida boa sem arrependimentos. Já a Zeng Li (Betty Wu) é uma bibliotecária extrovertida, durante seu processo de crescimento ela teve que presenciar inúmeras brigas entre seus pai, vivenciou dois divórcios de sua mãe até que se tornasse adulta e passasse  a viver sua vida, ela é uma talvez ela é uma pessoa alegre que consegue trazer felicidade aqueles que estão a sua volta, e não foi diferente quando conhece o Dr. Ai.

O romance entre eles não foi algo que transcorreu rápido, mas cada segundo valeu a pena, pois eles vão transitando nas fases de um relacionamento e não é algo que acontece de cara, conseguimos ver eles confusos com seus sentimentos e tentando se aproximar para descobrir melhor o que era aquele sentimento doido que fazia com que quisessem permanecer sempre um ao lado do outro, e durante essa fase, podemos perceber intensas trocas de olhares entre eles que exala química, além disso, esse romance ‘inexperiente’ rende muitas cenas interessantes, como eles apoiando um ao outro, e adentrando a vida um do outro acabando com toda a monotonia que um dia existiu ali. E em meio a tudo isso, veremos eles discorrem sobre a diferença de personalidades e como eles fazem para conseguirem caminhar lado a lado.

Como dito anteriormente, o relacionamento destes é permeado com amor e ingenuidade, não uma ingenuidade partida do ponto da imaturidade, e sim, uma ingenuidade bonita de não ter vivido aqueles momentos e fazer vários planos para o futuro. A relação não é algo forçado, por mais que vejamos o Yu Cheng correndo atrás da Wu Ying por inúmeras vezes e se esforçando para se fazer presente na rotina dela, com isso, o relacionamento deles é um caminhar calmo, onde ele vai se aproximando dela para que assim ela possa se apaixonar por ele, e nesse processo ele a ajuda a ter uma vida mais calma e feliz, sem exagerar ou viver de refeições de lojas de conveniência. Apesar de terem uma diferença de 6 anos, a relação não é complicada, obviamente eles precisam superar alguns obstáculos, mas o fazem juntos, pois juntos são mais fortes.

Gostei muito desse casal pois ambos personagens mostram que são bem parecidos no quesito “forma de superar a relação”, ao invés de resolverem sua questão passada, eles se tornam ‘amigos’ e seguem a vida trocando de namorado(a) a cada mês, e quando terminam uma relação o outro vai ‘consolar’ o outro. Com eles é possível ver que junto a um sentimento passado também tem a mágoa, o medo e a culpa juntos, e estes são misturas que só serão resolvidas quando passarem a trabalhar o diálogo. E também, mostram o quão importante é se sentir segura(o) dentro de um relacionamento.

Sobre a questão do amor dentro da trama, não veremos o drama construir uma narrativa que apenas mostra os casais se apaixonando, ele trará reflexões válidas sobre o que é o amor e o que é se apaixonar, sejam as partes ruins ou boas deste, afinal “Quando se está em um relacionamento, não há apenas momentos felizes. Há momentos em que vamos discordar e brigar” (a coisa que mais amo é poder usar as citações do drama na resenha kkkk). Dentro destas discussões o trará a questão de você se ver entre um amor antigo e um amor recente, o questionamento se o relacionamento sobrevive se uma das pessoas não se sente segura, se o se afastar da pessoa pode ser considerado uma forma de ‘amor’ e outros. E todas essas são apresentadas em cenas lindas que podem fazem com que a gente sorria de felicidade e até mesmo que chore ao vê-los tão felizes descobrindo esses sentimentos.

Outra questão fortemente presente é a questão da amizade, as três meninas são melhores amigas a anos e possuem um café juntas, sua amizade é tão forte que elas se conhecem uma a outra como reconhecem a própria palma da mão, e é lindo ver como elas apoiam uma a outra nos momentos difíceis e estão sempre prontas para se ajudarem, é como a Zeng Li fala “Nós três somos o apoio uma da outra. Claro que eu sei que não somos perfeitas, estamos cobertas de falhas, mas nada disso as impediria de ficar ao meu lado e eu sempre as apoiarei”. A amizade também pode ser vista no Hao Ran com as meninas, eles criam um laço bem bonito apesar das inúmeras briguinhas. E também, podemos ver entre o Dr. Ai e o jovem Yu Cheng, que criam um vinculo forte, sempre tentando um ajudar o outro da maneira que está ao seu alcance.

Aproveitando meu momento de elogios, preciso dizer que gostei bastante da direção e das atuações, tiveram alguns momentos que senti que os atores poderiam se dar mais, entretanto, o quanto eles nos proporcionaram foram o suficiente para me fazer amá-los, todos os personagens da trama tinham química entre si que me encantavam, principalmente durante as intensas trocas de olhares, sejam entre os casais demonstrando saudade, incerteza, amor e desejo ou entre as amigas, mostrando o conhecimento delas sobre as outras a ponto de se comunicarem com o olhar, por fim, preciso dizer que achei o elenco bem conectado e isso proporcionou cenas muito boas.

Por fim, preciso dizer novamente que amei poder assistir esse drama que passou super rápido, pude me deliciar com um romance incrível e apaixonante a ponto de me fazer desejar viver um romance. Para quem gosta de romance com casais mais maduros como You are My Glory ou You Are My Hero, acredito que vocês gostarão de assistir essa linda comédia romântica. E uma reflexão final a vocês “Neste mundo, sempre haverá alguém esperando por você. Não importa quando e onde você está, você deveria saber que sempre existe uma pessoa assim.”

Olá pessoas, como vocês estão? Eu, Alice, ainda me sinto destruída e extasiada com o final de Youth Of May, mas aqui estou eu para resenhar esse drama incrível (que já se tornou um dos meus três favoritos da vida e o meu favorito do ano, Vincenzo que me perdoe) e de primeira deixo meu agradecimento a Brenda, esse ser de luz que me orientou nessa resenha e me aturou pedindo definições e comentários, e motivou a continuar a resenha. Como já dito, essa resenha será do drama sul-coreano Youth Of May, também conhecido como Juventude de Maio, este foi produzido pela emissora KBS2 e possui apenas 12 episódios que estão disponíveis para serem assistidos no Viki Plus, Kocowa Pass, Drama Fansubs, Asiaflix Fansub, Magic Drama Fansub, Subarashiis Fansub, Dorameiras On (Telegram) e Star Dramas (Telegram) – E provavelmente em outros desses inúmeros fansubs OFICIAIS brasileiros. Sem mais procrastinação, vamos a resenha.

Em Youth of may acompanharemos a vida de quatro personagens principais e os secundários. Os principais sendo, Hee Tae e Myeong Hee, que vivem um amor lindo e doloroso, e os irmãos Soo Chan e Soo Ryeon, que mostram as raízes que crescem em nós de acordo com a nossa criação, e tais raízes tem a chance de ser forte, bem como podem ser fracas. Além destes, teremos o vislumbre de conhecer um pouco dos três lados conflitantes daquele contexto histórico, que é o lado dos jovens que lutam por um país mais justo, o lado dos oficiais que só querem o poder de comandar as pessoas, e por fim, mas não menos importante, o lado dos soldados, que tinham como obrigação acabar com a vida das pessoas para que a sua continuasse.

Myeong Hee (Go Min Si) é uma jovem enfermeira de 26 anos que vive uma vida pacata, sempre tentando não incomodar as pessoas a sua volta. Ela é esforçada com tudo o que faz, e colhendo os frutos de seu esforço, foi admitida na universidade de medicina da Alemanha. Por mais quieta que seja, o fato dela sempre fazer o trabalho pesado e plantões extensos, faz com que seu nome sempre seja o alvo de burburinhos na enfermaria, entretanto, por mais que reclamem, não conseguem manter ‘a paz’ no trabalho quando ela não está por perto, pois por mais que seja uma pessoa calma, a Myeong Hee não é do tipo de pessoa que leva desaforo ou se deixa ser destratada. Além de tudo, Myeong Hee é uma jovem que possui um passado conflituoso com sua família, em especial, seu pai, que por conta de uma frase e ação feitas no passado que marcou toda a relação entre eles, este âmbito familiar dela, também apresenta o carinho que ela tem pelo seu irmão mais novo a ponto de fazer de tudo para que ele seja feliz em meio ao a turbulenta relação que mantém com o pai.

A Myeong Hee é uma personagem muito bem construída, que teve um silenciamento trabalhado no aspecto pessoal, quando mais jovem, ela sempre tentava defender o que acreditava, mas uma de suas lutas para defender o que acreditava acarretou consequências sérias. E por conta disso, ela passou a ficar quieta e não se envolver com nada que de alguma a desviasse do novo caminho que traçava em sua vida. Entretanto, quando o Hee Tae entra na sua vida, pela primeira vez em tempos, ela passa a desejar ter algo, mesmo que tudo e todos dissessem a ela que não poderia o ter. E assim, seu silenciamento é quebrado e sua luta contra si mesma se torna ainda mais forte, pois para concretizar seu amor, ela precisa atravessar as barreiras que ela mesma colocou em seu caminho por conta do medo de desviar. Acima de tudo, a Myeong Hee vai representar a luta, a batalha interna de nos desviar de um caminho que nos mesmos traçamos, para ir para um caminho inesperado e desconhecido, mas ainda assim, bonito e interessante. E esta caminhada dela vai ser linda de acompanhar, pois aos poucos, ela vai descobrindo mais sobre o outro e mais sobre si mesma e sobre seus desejos e vontades, bem como, ela vai descobrir novas experiências que levará para o resto de sua vida.

O Hee Tae mantém a fachada de pessoa forte por muito tempo, a ponto dele mesmo não conseguir se reconhecer, seus anos de silenciamento sobre quem realmente era e sobre os seus desejos, foram responsáveis por moldar sua personalidade um tanto ‘fechada’, entretanto, com uma essência única, está a qual ele não deixa que levem nunca, pois por mais que a vida se encarregasse de sempre fazer com que a maré o leve, ele permanece com seus pés firmes na areia, lutando contra tudo e todos que tentam fazer com que ele deixe seu verdadeiro eu ir embora. E com essa essência, ele consegue tomar o espaço no coração da Myeong Hee, pois há leveza na relação deles onde não precisam de fachadas para se gostarem, eles podem simplesmente serem quem são. E a luta do Hee Tae durante o drama foi a de permanecer forte diante os problemas, tentar ser feliz em meio ao caos, não deixar que os anos de silenciamento diante aos seus desejos abalem seu presente e futuro, bem como, lutar para se manter fiel a si, por mais que o mundo esteja desabando em sua cabeça. E este foi o bonito do Hee Tae, ele não se deixava ser vencido, por mais que tentassem rendê-lo, ele persistia, sempre buscando uma forma de ser feliz e deixar o outro satisfeito.

Por mais conflituosa que a Soo Ryeon pudesse ser, seus dias foram marcados pelo seu silenciamento, perante as coisas que faziam por ela, bem como, dela pelo que via acontecer. Por muitas vezes suas ações causaram consequência as quais ela se calava e deixava que fizessem as coisas para ela, sempre usufruindo de tudo que podia, até o momento que o mundo cai aos seus pés. Por mais que muitas vezes a sua ajuda não seja de muita conveniência, ela consegue fazer com que as coisas andem, como ela mesmo diz “posso não mudar nada, mas posso fazer alguma coisa” e esse é o espírito que a move. Ela quer se livrar das cordas de medo que a seguram, e este medo, de alguma forma se transformou em coragem, a qual a impulsiona a correr atrás e fazer a diferença, sem esperar que façam algo por ela. Muitas vezes eu vi a Soo Ryeon como nada menos do que uma jovem perdida que não sabia lidar com a vida, mas no final da trama percebi que eu estava errada, de certa forma, ela estava sim perdida em um mar de pensamentos, entretanto, ela sabia muito bem lidar com a sua vida, por mais que muitas dessas maneiras não fosse a forma “correta”, ela ao menos tentava fazer algo sem se importar com erros.

Soo Chan é um personagem que fiquei desconfiada sobre quem realmente era por muito tempo, acredito que essa desconfia fosse o fruto dele mesmo não saber quem era, bom, de certa forma ele sabia, mas a pessoa que ele acreditava que era, era uma criação falsa que acreditava no mundo perfeito, mas quando o mundo mostra a realidade para ele, não há outra alternativa a não ser ver tudo aquilo acontecendo embaixo dos seus olhos. Por mais que ele e a Soo Ryeon tenham sido criados da mesma forma, sua irmã percebe mais rápido como o mundo é, e por mais que seja de uma forma meia torta, ela tenta ajudar, enquanto isso, o Soo Chan fica olhando tudo acontecer sem entender, até sentir na pele o que as pessoas ‘normais’ precisam sentir, e assim, ele passa a entender a tecla que sua irmã sempre batia que é “eu posso não mudar nada, mas eu posso fazer alguma coisa”. E era exatamente esse o silenciamento do Soo Chan, ele não olhava para o que acontecia fora dos muros, então não tinha o que falar e permanecia quieto perante as injustiças existentes no mundo, mas como o esperado, quando é colocado a prova, ele não deixa que o medo ou a vergonham o dominem, ele reúne a coragem e enfrenta de cara, tentando fazer o máximo para que te alguma forma, ele possa fazer a diferença.

Kyung Soo (Kwon Young Chan) é um jovem soldado sul-coreano, ele é um dos inúmeros jovens que foram obrigados a se alistarem após ter sido pego em uma das manifestações estudantis, e por conta disso, ele traz reflexões incríveis sobre a sua posição. Ao decorrer do drama, vi que muitas pessoas por algum motivo se estressaram com esse personagem ou repudiaram atitudes e isso foi algo que nunca consegui fazer com ele. Kyung Soo é literalmente um jovem perdido no meio daquele fogo cruzado, ele se vê entre a ‘obrigação’ e seus valores pessoais. Ele sempre se pergunta o motivo sobre dizerem que ele é uma pessoa boa, bem como, dizem que ele é uma pessoa ruim, no lugar dele, qual seria a concepção certa de ser bom ou ruim, se ele matar os civis ele se torna ruim perante a sociedade e bom para seus comandantes, mas se ele deixa de matar os civis, ele se torna bom para a sociedade, mas se torna uma pessoa ruim e egoísta perante os seus superiores.

O Kyung Soo viveu por muitos anos carregado dores e arrependimentos daqueles momentos tortuosos que ele deveria apenas ficar em silencio enquanto os outros matavam pessoas que estavam apenas vivendo as suas vidas, e que infelizmente estavam no lugar errado na hora errada. Todo o sofrimento que ele carrega mostra que aqueles tempos não foram fáceis para ninguém, os soldados também estavam lá por obrigação, ou matavam ou eram mortos, obviamente, não podemos dizer que todos aqueles que estiveram lá eram pessoas boas, mas assim como o Kyung Soo, todos tinham famílias, eram filhos e amores de alguém, e tais pessoas, tinham que proteger a vida de quem amava como podia e assim fizeram. Entretanto, também vemos os lados ruins dos soldados através dos superiores do Kyung Soo, que matavam as pessoas sem dó e ao menos tinham uma forma para reconhecer os estudantes, eles realmente foram com a intenção e tirar a vida de tudo e todos que entrassem em suas miras, não poupando nem mesmo as crianças.

No mais, acredito que Youth of May apresenta através de todos os personagens, tanto principais quanto secundários, a ligação entre o ter medo e ter coragem. Bem como, apresenta a ligação entre o silenciamento, a força e coragem. De um lado podemos ver o silenciamento e do outro lado podemos ver a força e coragem, tais que apresentam as pessoas que veem a injustiça acontecer e precisam se manter caladas diante a elas, e do outro lado, vemos as pessoas dizendo sobre o que é ser uma pessoa boa, o que é lutar contra a maré. Todos os personagens, de alguma forma, precisaram tomar decisões que não afetam apenas a eles, seja o ir ou o ficar, o ajudar ou não ajudar, o ser feliz ou deixar o outro feliz. O drama trabalha muito sobre os ‘ses’ que a vida nos traz, “se eles não tivessem se separado”, “se a criança permanecesse lá”, “Se a menina tivesse contado a verdade”, os “ses” sempre estarão presentes, mas eles não alteram o foco e sim. Mostram que as alternativas estavam ali, mas como esses personagens estão dentro de uma ficção realística, eles são constantemente propensos a errar, tomar decisões precipitadas ou algumas que causam consequências irreparáveis. O drama apresenta esses aspectos de uma forma muito boa, e com isso, ele consegue fazer com que a gente reflita sobre nosso estado atual. Nós nos deixaremos sermos silenciados ou lutaremos até o fim com coragem perante os nossos medos e as injustiças?

Este drama também apresenta firmemente a questão familiar dos personagens e como são tratados, o Hee Tae como filho bastardo tendo uma relação com o seu irmão mais novo que sofre com os burburinhos que dizem ser ele o bastardo, entre esses dois, houve uma longa implicância, mas sem dúvidas havia carinho entre eles no sentido que eles precisavam se aproximar mas não achavam uma forma, e de certa forma, a Myeong Hee e o Myeong Soo (irmão da Myeong Hee) os ajudam a criar uma ponto, onde eles podem compartilhar alguns poucos segredos e quando preciso, ajudar a salvar o outro.

Já a questão familiar da Myeong Hee é apresentada como algo turbulento, por mais linda que seja a relação dela com o seu irmão e com sua mãe, ela não consegue perdoar seu pai pelos feitos passados, e esse sentimento de amargura que ela nutre sucumbe ela cada vez mais até que se torne um arrependimento, eles mostram levemente que o amor do pai para com a filha nunca morreu e ele se preocupou com ela a cada segundo de sua vida, sempre tentando fazer o que tivesse ao seu alcance para que ela pudesse ter uma vida confortável.

Por mais que eu já tenha falado um pouco, também preciso frisar sobre a relação familiar da Soo Ryeon e do Soo Chan, eles são dois personagem que viveram anos usufruindo de uma vida confortável e muitas vezes não conseguiam lidar com alguns pontos ‘mundanos’ (como comprar comida para uma festa), entretanto, isso não faz com que sejam extremamente diferentes da maioria, afinal, eles também tinham seus problemas para lidar (principalmente os problemas causados por inconsequências da Soo Ryeon... kkkkk). Youth of may mostra que as relações familiares são diferentes variando de cada família, podemos ter aquelas que são tóxicas e queremos distância, bem como tem aquelas que estamos distantes, mas desejamos nos aproximar.

Além destes já citados, Youth também nos levanta o aspecto da amizade naqueles tempos, e esta pode ser vista tanto pela Myeong Hee para com a Soo Ryeon, por mais que essa amizade tivesse altos e baixos e muitas pisadas, elas conseguem contornar isso se mostrando verdadeiras uma com a outra ao dizer seus verdadeiros pensamentos e principalmente, pedindo perdão e desculpando. A amizade também pode ser vista do Hee Tae para com o Kyung Soo, que por mais que tivesse ficado traumatizado, nunca quebrou sua promessa de cuidar para que a amiga sobrevivesse, bem como, o Kyung Soo faz o possível para ajudá-los (INICIO DO SPOILER – aquele momento na cena final principalmente, por mais forte que fosse, ele simplesmente não poderia a mover, e o máximo que ele poderia ter feito, ele fez – FINAL DO SPOILER). A amizade também pode ser vista na relação do Hee Tae com a Myeong Hee, ambos iniciam uma amizade que mostra que eles poderiam sim se apoiam, ouvir um ao outro, e principalmente, poderiam compartilhar seus sentimentos mais profundos. E por fim, a amizade mais linda que o drama apresenta é entre os jovens,Kim Myeong Soo (Jo Yi Hyun) e Hwang Jung Tae (Choi Seung Hoon), os dois jovens que vem de mundos completamente diferentes, o Myeong Soo é de família pobre e veio do interior, o Jung Tae é da cidade grande e vem de família rica, em meio a tantos percalços e desentendimentos iniciais, eles criam uma amizade verdadeira onde um mostra ao outro um lado da vida pouco explorado, como o fato da Myeong Hee e do Myeong Soo terem mostrado ao Jung Tae que ele ainda é uma criança por mais que sempre precise se portar como um adulto.

Como acredito que já me alonguei demais, terminarei essa resenha dizendo que acompanhar Youth of may foi uma das experiências mais extraordinárias da minha vida por toda aquela ansiedade por novos episódios e saber cada vez mais sobre o drama e sobre os personagens (acredito que quem for assistir o drama depois de tudo lançado não terá a mesma experiência de quem acompanhou o drama, pois mexia demais com os nossos sentimentos, a espera pelos episódios e as incertezas, ainda assim, não deixem de assistir, pois vale a pena). Este é um drama que faz com que reflitamos sobre a relação do passado com o presente principalmente, já que o passado que eles contam na história é uma memória advinda do presente. E como o passado é um tempo saturado de presente. Bem como, falam sobre a vida e a morte, o ir ou permanecer, o tentar ou o desistir. Assim como maio se foi, Youth of may terminou, e com eles meu coração se foi, me deixando em luto pelas perdas. Contudo, me deixou a bela lembrança da Juventude de maio.

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