Resenha de Youth of May (Kdrama)

setembro 03, 2021

 


Olá pessoas, como vocês estão? Eu, Alice, ainda me sinto destruída e extasiada com o final de Youth Of May, mas aqui estou eu para resenhar esse drama incrível (que já se tornou um dos meus três favoritos da vida e o meu favorito do ano, Vincenzo que me perdoe) e de primeira deixo meu agradecimento a Brenda, esse ser de luz que me orientou nessa resenha e me aturou pedindo definições e comentários, e motivou a continuar a resenha. Como já dito, essa resenha será do drama sul-coreano Youth Of May, também conhecido como Juventude de Maio, este foi produzido pela emissora KBS2 e possui apenas 12 episódios que estão disponíveis para serem assistidos no Viki Plus, Kocowa Pass, Drama Fansubs, Asiaflix Fansub, Magic Drama Fansub, Subarashiis Fansub, Dorameiras On (Telegram) e Star Dramas (Telegram) – E provavelmente em outros desses inúmeros fansubs OFICIAIS brasileiros. Sem mais procrastinação, vamos a resenha.

Em Youth of may acompanharemos a vida de quatro personagens principais e os secundários. Os principais sendo, Hee Tae e Myeong Hee, que vivem um amor lindo e doloroso, e os irmãos Soo Chan e Soo Ryeon, que mostram as raízes que crescem em nós de acordo com a nossa criação, e tais raízes tem a chance de ser forte, bem como podem ser fracas. Além destes, teremos o vislumbre de conhecer um pouco dos três lados conflitantes daquele contexto histórico, que é o lado dos jovens que lutam por um país mais justo, o lado dos oficiais que só querem o poder de comandar as pessoas, e por fim, mas não menos importante, o lado dos soldados, que tinham como obrigação acabar com a vida das pessoas para que a sua continuasse.

Como a própria premissa que dei informa, Youth Of May falará sobre os jovens que viveram durante mês de maio e sobre suas batalhas diárias contra o mundo repleto de tristeza e injustiça, e contra a si mesmo, diante das provações que a vida coloca em sua frente. Com ambientação na cidade de Gwanju, durante ditadura militar sul-coreana, nos anos 1980, no contexto da luta do movimento estudantil pela redemocratização (movimento que levou os estudantes a rua por toda Coreia) , podemos perceber um pouco da violência tanto física quanto psicológica que os Coreanos foram submetidos a viverem naquela época, ficando notório o quanto a repressão advinda da ditadura militar silencia as pessoas, até mesmo nas situações privadas.. Através de uma realidade quase pura, o drama apresenta as vertentes da história, que mostram sobre o que os ‘governantes’ buscavam, bem como, apresenta o que os estudantes defendiam. Ao longo dos episódios vivemos com os momentos emocionantes que estes personagens passam, bem como, poderemos tirar as reflexões sobre o que é o amor, o dever, a família, a amizade e outros.

Myeong Hee (Go Min Si) é uma jovem enfermeira de 26 anos que vive uma vida pacata, sempre tentando não incomodar as pessoas a sua volta. Ela é esforçada com tudo o que faz, e colhendo os frutos de seu esforço, foi admitida na universidade de medicina da Alemanha. Por mais quieta que seja, o fato dela sempre fazer o trabalho pesado e plantões extensos, faz com que seu nome sempre seja o alvo de burburinhos na enfermaria, entretanto, por mais que reclamem, não conseguem manter ‘a paz’ no trabalho quando ela não está por perto, pois por mais que seja uma pessoa calma, a Myeong Hee não é do tipo de pessoa que leva desaforo ou se deixa ser destratada. Além de tudo, Myeong Hee é uma jovem que possui um passado conflituoso com sua família, em especial, seu pai, que por conta de uma frase e ação feitas no passado que marcou toda a relação entre eles, este âmbito familiar dela, também apresenta o carinho que ela tem pelo seu irmão mais novo a ponto de fazer de tudo para que ele seja feliz em meio ao a turbulenta relação que mantém com o pai.

A Myeong Hee é uma personagem muito bem construída, que teve um silenciamento trabalhado no aspecto pessoal, quando mais jovem, ela sempre tentava defender o que acreditava, mas uma de suas lutas para defender o que acreditava acarretou consequências sérias. E por conta disso, ela passou a ficar quieta e não se envolver com nada que de alguma a desviasse do novo caminho que traçava em sua vida. Entretanto, quando o Hee Tae entra na sua vida, pela primeira vez em tempos, ela passa a desejar ter algo, mesmo que tudo e todos dissessem a ela que não poderia o ter. E assim, seu silenciamento é quebrado e sua luta contra si mesma se torna ainda mais forte, pois para concretizar seu amor, ela precisa atravessar as barreiras que ela mesma colocou em seu caminho por conta do medo de desviar. Acima de tudo, a Myeong Hee vai representar a luta, a batalha interna de nos desviar de um caminho que nos mesmos traçamos, para ir para um caminho inesperado e desconhecido, mas ainda assim, bonito e interessante. E esta caminhada dela vai ser linda de acompanhar, pois aos poucos, ela vai descobrindo mais sobre o outro e mais sobre si mesma e sobre seus desejos e vontades, bem como, ela vai descobrir novas experiências que levará para o resto de sua vida.

Hwang Hee Tae (Lee Do Hyun) é o jovem estudante de medicina que é o orgulho da cidade de Gwangju, bom, ‘orgulho’ do seu pai que gosta de exibir o feito do seu filho mais velho para as pessoas. Ele é um personagem quase enigmático, seu sorriso ‘alegre’ esconde uma pessoa que é marcado pelos traumas e escolhas do passado. Principalmente, o trauma principal que é acerca do seu nascimento, ele é um filho fora do casamento e isso pesou em sua criação, já que ele não poderia dar um passo em falso que seria descartado na mesma hora, e além disso, uma coisa que o circunda desde que sua mãe morreu, é o medo do abandono, de ficar sozinho no mundo e se tornar uma pessoa solitária. Quando Hee Tae conhece a valente Myeong Hee, que apesar de contida, não media esforços para manter a paz dos seus pacientes, ele se apaixona à primeira vista, pois vê nela a pessoa que gostaria de ser, quase o seu oposto, e a partir daí, ele não mede esforços para tentar alcançar a ela, que é a representação de sua felicidade pela.

O Hee Tae mantém a fachada de pessoa forte por muito tempo, a ponto dele mesmo não conseguir se reconhecer, seus anos de silenciamento sobre quem realmente era e sobre os seus desejos, foram responsáveis por moldar sua personalidade um tanto ‘fechada’, entretanto, com uma essência única, está a qual ele não deixa que levem nunca, pois por mais que a vida se encarregasse de sempre fazer com que a maré o leve, ele permanece com seus pés firmes na areia, lutando contra tudo e todos que tentam fazer com que ele deixe seu verdadeiro eu ir embora. E com essa essência, ele consegue tomar o espaço no coração da Myeong Hee, pois há leveza na relação deles onde não precisam de fachadas para se gostarem, eles podem simplesmente serem quem são. E a luta do Hee Tae durante o drama foi a de permanecer forte diante os problemas, tentar ser feliz em meio ao caos, não deixar que os anos de silenciamento diante aos seus desejos abalem seu presente e futuro, bem como, lutar para se manter fiel a si, por mais que o mundo esteja desabando em sua cabeça. E este foi o bonito do Hee Tae, ele não se deixava ser vencido, por mais que tentassem rendê-lo, ele persistia, sempre buscando uma forma de ser feliz e deixar o outro satisfeito.

Como tido no início da resenha, podemos definir a relação entre Hee Tae e Myeong Hee como um amor simples, porém doloroso. Eles se envolvem por conta de uma mentira, mas o sentimento deles é banhado na verdade e na simplicidade, um sentimento que a cada diz foi se tornando mais presente neles, bem como, um vai se tornando cada dia mais importante da vida do outro. Pois se tornam um ponto de apoio, a pessoa que eles podem contar cegamente que independente do que for, confia em você, e principalmente, te ama. A relação deles, de certa forma, também segue a linha entre a coragem e o medo, pois por mais que ambos tenham a coragem de se arriscar a tentar viver o amor proibido, medo paira sobre eles, pois não precisam pensar apenas em si, e sim, nas consequências que tal deslize pode ocasionar a você e as pessoas a sua volta. Todavia, percebemos neles que tal amor sincero não acaba facilmente e que nada pode tirar as boas lembranças que temos com uma pessoa, os momentos que vivemos se tornam lembranças, então quanto mais declaram o seu amor, carinho e cuidado um com o outro, mais fortalecida se torna a relação deles. Sendo assim, Por mais tortuoso que seja, eles seguem seu caminho juntos, tropeçam e soltam a mão um do outro, mas logo a recuperam, pois o amor lindo e singelo deles, prova que com companheirismo está além de beijos e abraços, e sim, no conforto e na paz que a lembrança de um, é capaz de causar no outro.

A Soo Ryeon (Geum Sae Rok) é uma jovem ativista. Desde sua adolescência ela se interessa em tentar manter uma sociedade justa a sua volta, entretanto, muitas vezes o medo vence sua coragem fazendo com que ela dê dois passos para trás após avançar no caminho de uma batalha contra aquilo que ela deseja. Por muitas vezes poderemos ver uma personalidade contrastante na Soo Ryeon, pois as raízes do seu crescimento implicam ela ser educada e gentil, bem como, implica nela fazer tudo por sua família, e com o medo regente quando precisa de alguma forma salvar sua família, ela se torna capaz de esquecer seus fortes laços de amizade. Sua personalidade contrastante também pode ser vista em seus dias de luta no movimento de democratização, já que por mais que ela esteja de frente para lutar por aquilo, ela dá um passo para trás quando o medo a atinge, já que muitas vezes, ela toma atitudes inconsequentes. Sendo assim, eu diria que a Soo Ryeon é uma personagem que tem raízes mimadas pois por mais que ela estivesse presente nas manifestações contra o governo, ela usufruía das regalias que o governo oferecia por conta da posição social do seu pai, ademais, ela também queria se livrar desses dias de regalia.

Por mais conflituosa que a Soo Ryeon pudesse ser, seus dias foram marcados pelo seu silenciamento, perante as coisas que faziam por ela, bem como, dela pelo que via acontecer. Por muitas vezes suas ações causaram consequência as quais ela se calava e deixava que fizessem as coisas para ela, sempre usufruindo de tudo que podia, até o momento que o mundo cai aos seus pés. Por mais que muitas vezes a sua ajuda não seja de muita conveniência, ela consegue fazer com que as coisas andem, como ela mesmo diz “posso não mudar nada, mas posso fazer alguma coisa” e esse é o espírito que a move. Ela quer se livrar das cordas de medo que a seguram, e este medo, de alguma forma se transformou em coragem, a qual a impulsiona a correr atrás e fazer a diferença, sem esperar que façam algo por ela. Muitas vezes eu vi a Soo Ryeon como nada menos do que uma jovem perdida que não sabia lidar com a vida, mas no final da trama percebi que eu estava errada, de certa forma, ela estava sim perdida em um mar de pensamentos, entretanto, ela sabia muito bem lidar com a sua vida, por mais que muitas dessas maneiras não fosse a forma “correta”, ela ao menos tentava fazer algo sem se importar com erros.

Já o Soo Chan (Lee Sang Yi) é um jovem recém formado em administração que cresceu com a idealização do mundo perfeito onde ele assumiria o negócio da família, se casaria e nada afetaria o seu futuro, por muitos anos ele ficou afastado de casa estudando, mas quando volta, ele logo inicia os seus planos de futuro ‘perfeito’. Entretanto, o mundo se encarrega de ruir essa ideia pre moldada criada pela cabeça do Soo Chan aos poucos, começando quando ele descobre que a mulher que ele ama gosta de outro, segundo, pelo momento histórico que vivem, onde a vida não é fácil para ninguém, e por mais que ele tente continuar sua vida normalmente, é praticamente impossível. No mais, apesar de um tanto ingênuo demais, Soo Chan é um bom homem que foi criado de uma forma que soubesse que a família sempre vem acima de tudo, e ele foca tanto em sua família, que esquece que existem pessoas que vivem por trás dos muros de sua casa, e que nesse mundo, há muitas injustiças acontecendo todos os dias.

Soo Chan é um personagem que fiquei desconfiada sobre quem realmente era por muito tempo, acredito que essa desconfia fosse o fruto dele mesmo não saber quem era, bom, de certa forma ele sabia, mas a pessoa que ele acreditava que era, era uma criação falsa que acreditava no mundo perfeito, mas quando o mundo mostra a realidade para ele, não há outra alternativa a não ser ver tudo aquilo acontecendo embaixo dos seus olhos. Por mais que ele e a Soo Ryeon tenham sido criados da mesma forma, sua irmã percebe mais rápido como o mundo é, e por mais que seja de uma forma meia torta, ela tenta ajudar, enquanto isso, o Soo Chan fica olhando tudo acontecer sem entender, até sentir na pele o que as pessoas ‘normais’ precisam sentir, e assim, ele passa a entender a tecla que sua irmã sempre batia que é “eu posso não mudar nada, mas eu posso fazer alguma coisa”. E era exatamente esse o silenciamento do Soo Chan, ele não olhava para o que acontecia fora dos muros, então não tinha o que falar e permanecia quieto perante as injustiças existentes no mundo, mas como o esperado, quando é colocado a prova, ele não deixa que o medo ou a vergonham o dominem, ele reúne a coragem e enfrenta de cara, tentando fazer o máximo para que te alguma forma, ele possa fazer a diferença.

Em relação a relação dos irmãos Soo Chan e Soo Ryeon, podemos ver que eles são parecidos de inúmeras formas, ambos apreciam muito a família que tem, talvez pelo fato de que sempre foram apenas eles e o pai, mas é interessante ver como eles se relacionam e tentam demonstrar carinho e cuidado, algumas vezes o senso de proteção deles pode acabar ultrapassando alguns limites. Ambos foram criados da mesma maneira e por isso tão similares, entretanto, também podemos vê-los divergirem opiniões, como o fato da Soo Ryeon buscar fugir das ‘amarras’ criadas pelo conforto que seu pai lhe dá, mas ao mesmo tempo, usufruir delas por medo do que vai encontrar quando larga-las, em contrapartida a tal fato, temos o Soo Chan, que prefere viver com tais luxos do que olhar para o que esta acontecendo fora da sua caixinha. No mais, eles são pessoas justas com senso de ajuda, e quando a coisa aperta, eles fazem o máximo para apoiarem a si próprios e aos outros.

Youth of May sem dúvidas é um drama que pode ser considerado lindo e poético. Através de uma narrativa concisa conseguiu mostrar ao mundo as vozes que precisavam ser ouvidas, as pessoas que por tanto tempo ficaram apagadas pelo passado de dor e sofrimento, puderam contar suas histórias de forma tão real e livre de romantizações perante a época. O trabalho de rememoração do drama é algo maravilhoso, porque é um trabalho que toca nas feridas e mostra que a memória precisa ser lembrada e ser exposta. E estes fatores da memória foram profundamente valorizados na trama, que mostrou o lado daqueles estudantes que organizaram as manifestações e quanto eles desejavam a liberdade para o país, bem como, o drama apresenta o lado dos governantes que queriam mais poderes do que os que já tinham. Entretanto, um dos lados apresentados mais interessantes, é lado dos soldados.

Kyung Soo (Kwon Young Chan) é um jovem soldado sul-coreano, ele é um dos inúmeros jovens que foram obrigados a se alistarem após ter sido pego em uma das manifestações estudantis, e por conta disso, ele traz reflexões incríveis sobre a sua posição. Ao decorrer do drama, vi que muitas pessoas por algum motivo se estressaram com esse personagem ou repudiaram atitudes e isso foi algo que nunca consegui fazer com ele. Kyung Soo é literalmente um jovem perdido no meio daquele fogo cruzado, ele se vê entre a ‘obrigação’ e seus valores pessoais. Ele sempre se pergunta o motivo sobre dizerem que ele é uma pessoa boa, bem como, dizem que ele é uma pessoa ruim, no lugar dele, qual seria a concepção certa de ser bom ou ruim, se ele matar os civis ele se torna ruim perante a sociedade e bom para seus comandantes, mas se ele deixa de matar os civis, ele se torna bom para a sociedade, mas se torna uma pessoa ruim e egoísta perante os seus superiores.

O Kyung Soo viveu por muitos anos carregado dores e arrependimentos daqueles momentos tortuosos que ele deveria apenas ficar em silencio enquanto os outros matavam pessoas que estavam apenas vivendo as suas vidas, e que infelizmente estavam no lugar errado na hora errada. Todo o sofrimento que ele carrega mostra que aqueles tempos não foram fáceis para ninguém, os soldados também estavam lá por obrigação, ou matavam ou eram mortos, obviamente, não podemos dizer que todos aqueles que estiveram lá eram pessoas boas, mas assim como o Kyung Soo, todos tinham famílias, eram filhos e amores de alguém, e tais pessoas, tinham que proteger a vida de quem amava como podia e assim fizeram. Entretanto, também vemos os lados ruins dos soldados através dos superiores do Kyung Soo, que matavam as pessoas sem dó e ao menos tinham uma forma para reconhecer os estudantes, eles realmente foram com a intenção e tirar a vida de tudo e todos que entrassem em suas miras, não poupando nem mesmo as crianças.


No mais, acredito que Youth of May apresenta através de todos os personagens, tanto principais quanto secundários, a ligação entre o ter medo e ter coragem. Bem como, apresenta a ligação entre o silenciamento, a força e coragem. De um lado podemos ver o silenciamento e do outro lado podemos ver a força e coragem, tais que apresentam as pessoas que veem a injustiça acontecer e precisam se manter caladas diante a elas, e do outro lado, vemos as pessoas dizendo sobre o que é ser uma pessoa boa, o que é lutar contra a maré. Todos os personagens, de alguma forma, precisaram tomar decisões que não afetam apenas a eles, seja o ir ou o ficar, o ajudar ou não ajudar, o ser feliz ou deixar o outro feliz. O drama trabalha muito sobre os ‘ses’ que a vida nos traz, “se eles não tivessem se separado”, “se a criança permanecesse lá”, “Se a menina tivesse contado a verdade”, os “ses” sempre estarão presentes, mas eles não alteram o foco e sim. Mostram que as alternativas estavam ali, mas como esses personagens estão dentro de uma ficção realística, eles são constantemente propensos a errar, tomar decisões precipitadas ou algumas que causam consequências irreparáveis. O drama apresenta esses aspectos de uma forma muito boa, e com isso, ele consegue fazer com que a gente reflita sobre nosso estado atual. Nós nos deixaremos sermos silenciados ou lutaremos até o fim com coragem perante os nossos medos e as injustiças?

Este drama também apresenta firmemente a questão familiar dos personagens e como são tratados, o Hee Tae como filho bastardo tendo uma relação com o seu irmão mais novo que sofre com os burburinhos que dizem ser ele o bastardo, entre esses dois, houve uma longa implicância, mas sem dúvidas havia carinho entre eles no sentido que eles precisavam se aproximar mas não achavam uma forma, e de certa forma, a Myeong Hee e o Myeong Soo (irmão da Myeong Hee) os ajudam a criar uma ponto, onde eles podem compartilhar alguns poucos segredos e quando preciso, ajudar a salvar o outro.

Já a questão familiar da Myeong Hee é apresentada como algo turbulento, por mais linda que seja a relação dela com o seu irmão e com sua mãe, ela não consegue perdoar seu pai pelos feitos passados, e esse sentimento de amargura que ela nutre sucumbe ela cada vez mais até que se torne um arrependimento, eles mostram levemente que o amor do pai para com a filha nunca morreu e ele se preocupou com ela a cada segundo de sua vida, sempre tentando fazer o que tivesse ao seu alcance para que ela pudesse ter uma vida confortável.

Por mais que eu já tenha falado um pouco, também preciso frisar sobre a relação familiar da Soo Ryeon e do Soo Chan, eles são dois personagem que viveram anos usufruindo de uma vida confortável e muitas vezes não conseguiam lidar com alguns pontos ‘mundanos’ (como comprar comida para uma festa), entretanto, isso não faz com que sejam extremamente diferentes da maioria, afinal, eles também tinham seus problemas para lidar (principalmente os problemas causados por inconsequências da Soo Ryeon... kkkkk). Youth of may mostra que as relações familiares são diferentes variando de cada família, podemos ter aquelas que são tóxicas e queremos distância, bem como tem aquelas que estamos distantes, mas desejamos nos aproximar.

Além destes já citados, Youth também nos levanta o aspecto da amizade naqueles tempos, e esta pode ser vista tanto pela Myeong Hee para com a Soo Ryeon, por mais que essa amizade tivesse altos e baixos e muitas pisadas, elas conseguem contornar isso se mostrando verdadeiras uma com a outra ao dizer seus verdadeiros pensamentos e principalmente, pedindo perdão e desculpando. A amizade também pode ser vista do Hee Tae para com o Kyung Soo, que por mais que tivesse ficado traumatizado, nunca quebrou sua promessa de cuidar para que a amiga sobrevivesse, bem como, o Kyung Soo faz o possível para ajudá-los (INICIO DO SPOILER – aquele momento na cena final principalmente, por mais forte que fosse, ele simplesmente não poderia a mover, e o máximo que ele poderia ter feito, ele fez – FINAL DO SPOILER). A amizade também pode ser vista na relação do Hee Tae com a Myeong Hee, ambos iniciam uma amizade que mostra que eles poderiam sim se apoiam, ouvir um ao outro, e principalmente, poderiam compartilhar seus sentimentos mais profundos. E por fim, a amizade mais linda que o drama apresenta é entre os jovens,Kim Myeong Soo (Jo Yi Hyun) e Hwang Jung Tae (Choi Seung Hoon), os dois jovens que vem de mundos completamente diferentes, o Myeong Soo é de família pobre e veio do interior, o Jung Tae é da cidade grande e vem de família rica, em meio a tantos percalços e desentendimentos iniciais, eles criam uma amizade verdadeira onde um mostra ao outro um lado da vida pouco explorado, como o fato da Myeong Hee e do Myeong Soo terem mostrado ao Jung Tae que ele ainda é uma criança por mais que sempre precise se portar como um adulto.

Uma coisa que não me falta para este trama são elogios, além da excelente forma de representação histórica, a trama apresenta perfeição em todos os aspectos, seja a trilha sonora que faz com que a gente se emocione, a fotografia perfeita que faz com que a gente se apaixone, a figuração e principalmente, as atuações. Todos os atores, desde os protagonistas aos secundários e coadjuvantes não decepcionam em seus papéis mostrando que têm a capacidade de despertar sentimentos conflitantes em quem está assistindo, que vão da da raiva/irritação ao amor e muito mais, pois acima de tudo, os personagens que eles representam são seres humanos (menos aqueles caras ruins, principalmente o pai do protagonista, não sei o que ele é, mas ele não é um ser racional) que erram tentando acertar, e vivem em busca de uma felicidade interna e externa.

Como acredito que já me alonguei demais, terminarei essa resenha dizendo que acompanhar Youth of may foi uma das experiências mais extraordinárias da minha vida por toda aquela ansiedade por novos episódios e saber cada vez mais sobre o drama e sobre os personagens (acredito que quem for assistir o drama depois de tudo lançado não terá a mesma experiência de quem acompanhou o drama, pois mexia demais com os nossos sentimentos, a espera pelos episódios e as incertezas, ainda assim, não deixem de assistir, pois vale a pena). Este é um drama que faz com que reflitamos sobre a relação do passado com o presente principalmente, já que o passado que eles contam na história é uma memória advinda do presente. E como o passado é um tempo saturado de presente. Bem como, falam sobre a vida e a morte, o ir ou permanecer, o tentar ou o desistir. Assim como maio se foi, Youth of may terminou, e com eles meu coração se foi, me deixando em luto pelas perdas. Contudo, me deixou a bela lembrança da Juventude de maio.



Para ver tirinhas deste drama, clique AQUI

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