Resenha de Monthly Magazine Home (Kdrama)
agosto 26, 2021
Olá doramigxs, tudo bem
com vocês? Cá estou eu, Alice, para mais um Dialogando. Tenho que confessar que
não tenho ideia de por onde começarei a discorrer sobre este drama incrível.
Bom, a resenha de hoje é do drama de comédia romântica sul-coreano, Monthly
Magazine Home/Revista de casa mensal. Este drama possui apenas 16 episódios que
podem ser assistidos pelo Drama Fansubs, Subarashiis Fansub, Star Dramas
(Telegram) e Viki (ele está no grátis lá). Enfim, bora para essa resenha?
Monthly Magazine Home é
uma comédia romântica que conta a história de Ja Sung e Young Won, dois adultos
que têm sua vida cruzada por conta da venda de um imóvel, e seu primeiro
encontro causa uma má impressão, fazendo que instantaneamente desenvolvessem uma
espécie de ‘ranço’ um pelo outro. Entretanto, a Coreia apresentada nos dramas é
do tamanho de um grão de feijão e faz com que a Young Won comece a trabalhar
para o Ja Sung. Apesar dessa premissa simples e extremamente clichê, Monthly
conta muito mais do que isso, vemos o drama discorrer sobre a diferença entre
uma casa e um lar não só através dos personagens principais, mais também, com
os secundários e coadjuvantes, no sentido que, por mais que eles tenham um teto
sobre suas cabeças para irem após um dia cansativo, este será considerado uma
casa ou um lar? Além destes, também veremos o drama tratando de
pré-julgamentos, cicatrizes internas, as reclamações constantes ao invés de
agradecer e a força que habita em cada um de nós.
Como eu disse
anteriormente, nossa reflexão principal está entorno dos personagens principais
e secundários, que são os funcionários da revista mensal de casa, e dentro
desta equipe temos o CEO Ja Sung (Kim Ji Seok), o editor-chefe Choi (Kim Won Hae),
a editora Yeo (Chae Jung An), o editor Nam (Ahn Chang Hwan), editor Na (Jung So Min),
o fotógrafo Gyeom (Jung Gun Joo), o assistente Jang Chan (Yoon Ji On) e as estagiárias
Mi-Ra (Yoo Young) e Joo Hee (Ahn Hyun Ho). Todo o grupo apresenta uma química muito
boa e podemos ver eles entrando em conflitos de convivência, porém, conforme o
tempo vai passando, de alguma forma eles passam a entender mais o lado do outro
e respeitá-lo. E as situações que os envolvem também podem servir como um tapa
na cara para os telespectadores, pois, tratam como julgamos as pessoas
levianamente e não respeitamos o espaço do outro, como reclamamos dos nossos
trabalhos sem agradecer por o ter e tentar aprender mais sobre aquilo, e
principalmente, fala sobre não ter empatia de entender a dor do outro, e mesmo
sem a intenção, fazer com que este se sinta pior.
Equipe da editora |
Dando foque aos
principais da trama, teremos o Ja Sung, um CEO conforme o estereótipo comum,
aquele que é arrogante pois tem um passado com muitas vivências conturbadas
(sentiram minha ironia daí? Kkkk eu realmente amo esse personagem apesar disso).
Preciso dizer que esse personagem me deixou em cima do muro muitas vezes, pois
eu ficava com vontade de abraçá-lo e dizer a ele que ele fez bem durante sua
vida, e nessa mesma proporção, eu gostaria de dar uns tapas nele e mandar ele
deixar o mantra tóxico de que não é merecedor de nada, de lado (agressividade
não resolveria, mas fala sério, atire a primeira pedra quem assistiu o drama
todo sem ficar revoltada com o Ja Sung ao menos uma vez). Enfim, este
personagem teve uma infância difícil pois migrou de uma casa para outra após
seus pais falecerem (moral: ele cresceu sendo abandonado pelas pessoas), e
sempre trabalhou muito para juntar o dinheiro que tem, e assim, não estar
novamente na posição de ser abandonado ou necessitar de algo ou alguém, mas
infelizmente, para chegar a este topo ele teve que assumir uma fachada
arrogante e um tanto ignorante, ele tenta não se importar com aqueles a sua
volta, fazendo eles pensarem que apenas precisa deles para que deem o suporte
necessário para que chegue onde quer. Porém, com o passar dos episódios veremos
as partes boas dele que não são expostas as outras pessoas, bem como, veremos a
vontade dele de se livrar da imagem ruim a qual é associado e tentar
verdadeiramente entender as necessidades de seus funcionários, e esta vontade,
não é advinda de seu relacionamento com a protagonista feminina como em muitos
outros dramas, ela o ajuda no processo, é claro, mas muito antes de iniciarem
uma relação, ele já havia dado o primeiro passo sozinho. Este personagem é
apresentado como uma pessoa que tem muitas casas e muito dinheiro, entretanto,
ele não tem um lar ou um amor.
Já Young Won é uma mulher
que teve que trabalhar muito desde a sua juventude, e durante esse processo,
ela foi aprendendo mais sobre a vida, como os momentos que poderia se impor e
aqueles que ela deveria ficar calada e escutar. Até poderíamos vê-la como uma
pessoa azarada já que seu pai foi embora deixando ela e sua mãe cheia de dividas,
foi demitida inúmeras vezes e por fim, foi despejada de algumas casas, ela teve
uma vida difícil, entretanto, a Young Won é responsável por não ser a
protagonista ingênua padrão, ela se mantém sim quieta perante a seus
superiores, mas não deixa que ditem a vida dela, pois sabe os momentos que deve
ceder, ficar ou deixar ir. Ela tem um brilho próprio que não deixa que ninguém
apague. Infelizmente, tem o hábito de deixar que as pessoas façam ou falem
coisas ‘horríveis’ para ela, durante o tempo que está fora de sua casa, já que possui
a filosofia de que seu lar pode curar todas as suas feridas e recarregá-la após
um dia ruim. Esta foi uma personagem que eu simplesmente amei (tinha como não
amar?), já que ela trata a vida como algo ‘fácil e prático’, onde ‘tudo que
você precisa ter para sobreviver’, é um lar, pois este lugar tem o poder de te
renovar, as suas frases no fim dos episódios também eram responsáveis por
impactar o drama e trazer para nós, telespectadores, a ideia de que todos vamos
passar por momentos ruins, mas estes sempre sucedem um momento bom, apenas
precisamos nos manter firme. No mais, Ela é uma pessoa muito sabia e que sabe
os momentos certos para tudo, e está sempre em busca de aprender mais, e dentro
neste processo ela entende que possui um lar, mas não tem uma casa para chamar
de sua, e assim a veremos migrar de casa em casa, mostrando quais são os
fatores que fazem uma casa que ‘não lhe pertence’, se tornar o seu lar.
Ja Sung e Young Won |
Os demais personagens da
também possuem questões importantes para a trama, principalmente as questões de
suas casas e como elas refletem em suas vidas. O Gyeom é uma alma livre que
gosta de acampar e viajar, e como efeito disso, ainda não está pronto para se
prender em uma casa e um lugar, consequentemente, ainda não está pronto para se
prender a uma pessoa também, e sua quentão dentro do drama é seu crescimento
até que ele esteja preparado para mais um passo. O editor Nam retrata a pressão
mental que podemos sofrer em casa, por mais linda que seja o nosso
relacionamento com aqueles que dividimos o teto, ele também pode se tornar um
fardo pesado quando não conseguimos atingir uma meta imposta. A editora Yeo
trata sobre como uma casa grande e luxuosa não podem suprir uma ferida
interior, todo o dinheiro nunca será o bastante para fechar um machucado mau
cuidado. O editor-chefe Choi trata como a casa sendo um lugar que remete a
esperança e medo, mas que acima de tudo, é um lugar que é circundado de amor e
felicidade. Por fim, mas não menos importante, temos as histórias da Joo Hee,
Jang Chan e Mi-Ra, que mostra como é difícil para os jovens se manterem, às
vezes, podem ter um teto sobre suas cabeças e outras precisam se ajustar as
opções, mas o fato de ter um local para descansar, não significa que você está
livre de passar determinados ‘apertos’ e do medo constante.
Acredito que a principal
reflexão que Monthly trata é sobre como as nossas casas representam como nós
somos, cada partícula poeira e cada centímetro de nossas casas apresentam algo
que nos define, seja de forma positiva ou negativa. Além disso, a forma que nos
comportamos dentro de nossa casa, reflete em quem somos fora dela e maneira que
somos internamente, pois nosso corpo é como uma casa, as pessoas tem acesso a
vez o exterior que é bonito de sua maneira, pode não estar pintada e com os
tijolos aparentemente quebrados, mas o interior é belo e aconchegante, como nossa
casa. Assim como uma casa, o que somos por dentro é de acesso restrito e poucas
pessoas podem conhecer. Há uma frase muito bonita sobre essa questão no drama
“Uma casa reflete seu dono (...) se você ver como uma pessoa vive em casa, você
pode dizer que tipo de pessoa eles são”.
Por meio de muitas
analogias, Monthly Magazine Home trata perfeitamente a reflexão sobre a
diferença de uma casa para um lar, às vezes podemos ter uma casa e não ter um
lar, mas também somos suscetíveis a ter um lar, mas não ter uma casa, e a
diferença entre eles é apresentada como a casa sendo o imóvel que nós exercemos
direito legal sobre, e o lar sendo aquele lugar que contém os nossos rastros e
nossas memórias. Tal aspecto pode ser notado nos protagonistas que são como
duas almas que se encontram, ele possui muitas casas, mas não tendo um lar, e
ela tendo um lar, mas sem ter uma casa. Quando iniciam uma relação profissional
as diferenças entre eles logo são expostas, enquanto ele usa mais o lado
racional, ela trabalha com o emocional, e apesar de sua inicial desavença, eles
aprendem a compreender o olhar do outro, ele para as histórias e os sentimentos
que uma casa é capaz de transmitir quando se torna o lar de alguém, e ela,
aprende o fato de que uma casa também é como um ‘objeto’ de status para algumas
pessoas.
Aproveitando o momento para falar sobre o relacionamento deles, preciso dizer que gostei muito de como eles o desenvolveram, já que não foi algo súbito, eles passam a gostar um do outro durante o tempo que moram juntos e aprendem mais sobre o interior um do outro. Apesar de não gostar da inserção de determinados plots no relacionamento deles, não posso negar o fato de amei a resolução de algum deles, como o fato de vermos eles fortes em seus critérios e dispostos a deixar que o outro seja feliz. O namoro deles foi algo que eu realmente gostei de ver pois o olhar dele transmitia amor e era lindo ver a maneira que o Ja Sung olhava para a Young Won e mesmo que ela não estivesse por perto dizia que ela era linda, e quando estava perto dela, sempre a elogiava caso não houvesse pessoas por perto (se não fosse pela raiva que o Ja Sung me fez passar em alguns momentos, eles realmente entrariam no meu top de casais e personagens favoritos).
Também não posso deixar
de falar do nosso casal secundário, que composto pelos editores Nam e Yeo, o
relacionamento deles foi apresentado bem rapidamente dando a gente o gostinho
de quero mais, mas o pouco que acompanhamos mostra duas pessoas que tinham suas
dores, a Yeo a dor de uma ferida não cicatrizada advinda da relação conturbada
que tem com seu pai e o Nam a dor do ‘sufocamento’ de uma relação mal terminada
e da pressão que sente dentro de sua casa. Veja bem, os problemas de ambos são
originais de suas situações familiares, ela por falta de amparo e ele por
amparo demasiado. Inicialmente os vemos como cão e gato e assim permanecem por
muito tempo, mas acima de tudo, eles são grandes amigos que sabem a hora de estender
a mão para o outro quando necessário, e assim, aos poucos a relação deles vai
se transformando em carinho e amor e eles veem o quanto eles se completam. No
mais, eles são duas almas perdidas, ela por achar que uma casa luxuosa supriria
suas dores e ele por achar que adquirir uma casa levaria embora seus problemas,
por fim, vemos eles construindo uma casa circundada de amor.
Além de obviamente
admirar a atuação de todos os integrantes do elenco, preciso dizer que amei a
fotografia do drama de mostrar todas aquelas casas e suas histórias, e tais
casas também podem ser vistas em muitos outros dramas da dramaland, então foi
ótimo ver o drama e me recordar dos outros que se passavam nesses locais (como
a casa que apareceu em Love Scene Number). Outro fator que eu amei neste drama
são as suas osts, todas as músicas são completamente viciantes, não há uma que
não ficara presa em sua mente, além disso, elas condizem perfeitamente para os
momentos a qual são inseridos, deixando a direção mais interessante.
A narrativa da trama é um tópico que tenho uma
crítica e vários elogios, adorei o fato dos títulos dos episódios condizerem
perfeitamente com os episódios e dando duplos sentidos pois da mesma forma que
o título falava sobre uma casa, ele falava sobre o dono desta, a forma que as analogias
foram inseridas também é algo lindo de se ver e admirar. Entretanto, senti que
houve alguns recursos que foram inseridos desnecessariamente e mesmo que
tivessem o colocado, poderiam ter desenvolvido de uma forma mais trabalha caso
houvesse mais tempo. Mas eu até compreendo o fato de tais clichês terem
aparecido, afinal, este drama foi escrito pela Myung Soo Hyun, uma roteirista
conhecida por colocar plots desnecessários (deixo claro que ela só é conhecida
assim apenas por mim, já que em Drinking Solo ela coloca muitos plots parecidos
com os que apresentou no final de Monthly – Inclusive, os protas de Drinking
Solo fizeram uma participação especial neste drama, eles eram aquele casal de
famoso fake).
Casal principal de Drinking solo em sua participação de Monthly Magazine Home |
Bom, acredito que já me
alonguei demais nesta resenha, preciso apenas finalizar dizendo que realmente
amei esse drama. Apesar deu possuir minhas reclamações, elas não conseguem
apagar o quanto amo este drama que levanta reflexões que levarei para o resto
da minha vida. Para quem gosta de comédias românticas como Because This Is My
First Life e One Percent Of Something, e dramas com reflexão e romance como Your
House Helper, tenho Certeza de que vão gostar de Monthly Magazine Home. E para
terminar, cito a vocês uma das minhas citações favoritas deste drama “Não
defina o dinheiro como seu único objetivo. (...) Aproveite o tempo para olhar
ao seu redor e cuidar de seus entes queridos. Se perder dinheiro, você pode
ganhá-lo de volta. Mas se você perder o coração de uma pessoa, é difícil
reconquistá-la. Não perca algo tão precioso”.
Para ver tirinhas desse drama, clique AQUI
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